terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sumário 1

(26/9)
1. Apresentação.
Temos a sorte, ou o azar, de vivermos uma época duplamente excitante: a da revolução no mundo editorial português, a da temporada (Setembro-Outubro são o epicentro do mercado). Proposta de metodologia para uso pessoal do aluno: a) tentar ver com olhos profissionais – ao jeito da maiêutica socrática: nós já “sabemos”, só não sabemos que sabemos; b) descobrir a pólvora (fazer um esforço de leitura individual). Porque, como disse Rui Mário Gonçalves, “Um crítico de arte é alguém que viu 10 mil quadros” – isto é, alguém que vai a livrarias, lida com livros, leu livros tem meio caminho andado para saber pensar o mundo dos livros. Princípios, então: olhar para onde sempre olhámos (a livraria, o livro, a mancha gráfica, o papel, a distribuição, a estrutura editorial, a promoção, etc. – e, last but not least, os custos) mas agora do lado dos bastidores.

2. A nova ordem literária é económica
Os novos vencedores do mundo editorial. Os casos Paes do Amaral (líder do maior grupo editorial português) e Paulo Teixeira Pinto (eleito em lista única presidente da re-unida APEL). Curiosamente, são neófitos no meio, mas impuseram respeito a profissionais “saisonnés”. Ter sucesso é garantia de competência? A experiência ainda tem valor? Não ter experiência no campo editorial significa não ter experiência no mundo editorial? A era dos gestores e dos técnicos de comunicação: um admirável mundo novo?

Há um sistema – e é cultural e económico. Não é inteiramente aberto e comunica com outros, em diversos eixos (exemplo: o mundo do livro português comunica com o do disco e também com o do livro espanhol ou francês ou americano). Sobre isso falam Furtado (2009) e Bourdieu (1992).

3. Dois episódios
Anedota A: vou a uma embaixada para um jantar com dois escritores visitantes. Porquê? Não sei, mas há áreas nas quais se trabalha 24 horas por dia. A boa notícia: parte do trabalho não é assim tão difícil.

Anedota B: um escritor pôs fato e gravata para ir a uma recepção, mas depois exigiu passar no hotel para pôr a farda de trabalho: blusão de cabedal à “escritor radical”.

TPC: enunciar 20 livrarias.

Comprar as três revistas portuguesas da especialidade: Ler, JL, Os meus Livros.

Bibliografia em movimento

● BACELLAR, Laura, Escreva seu livro – Guia prático de edição e publicação, S. Paulo, Mercuryo, 2001
● BAILEY, Herbert S., The Art & Science of Book Publishing, Athens, Ohio U.P., 1990
● BARZUN, Jacques, On Writing, Editing, and Publishing, Chicago, CUP, 1986
● BLASSELLE, Bruno, Histoire du Livre, Paris, Gallimard, 1998
● CALVINO, Italo, Se numa Noite de Inverno um Viajante, Lisboa, Teorema, 2000
● DUCHESNE, A., LEGUAY, Th., Petite Fabrique de Littérature, Paris, Magnard, 1984
● ECO, Umberto, O Pêndulo de Foucault, Lisboa, Difel, 1998
● ESCARPIT, Robert, Sociologie da Littérature, Paris, P.U.F., 1986 [1958]
● FURTADO, José Afonso, Os Livros e as Leituras. Novas Ecologias da Informação, Lisboa, Livros e Leituras, 2000
FURTADO, José Afonso, A Edição de Livros e a Gestão Estratégica, Lisboa, Booktailors, 2009
● GROSS, Gerald (org.), Editors on Editing – An Inside View of What Editors Really Do, Nova Iorque, Harper & Row, 1985 [1962]
● JACKSON, Kevin, Invisible Forms, Nova Iorque, St. Martin’s Press, 2000
● LUCAS, Thierry, Le Guide de l’Auteur et du Petit Editeur, Lyon, AGEC-Juris, 1999
● MORFUACE, Pauline, Les comités de lecture, Ecrire et Éditer 3, Vitry, Publ. Du Calcre, Março 1998
● SAAL, Rollene, (The New York Public Library) Guide to Reading Groups, Nova Iorque, Crown Publ., 1995
●SCHIFFRIN, André, O Negócio dos Livros, Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2006
Outras fontes a consultar: APEL, UEP, revistas literárias, blogs sobre edição e livros na Internet

Programa deste ano

1. Um livro é um livro?
1.1. A perspectiva do autor
1.2. A perspectiva do editor
1.3. Outras: livreiro, distribuidor, Estado, media, leitor
2. A casa editorial
2.1. Pequeno grande editor
2.2. Marcar a diferença, conhecer o mercado
2.3. Tradutor, revisor, designer, paginador, marqueteiro
3. A natureza da edição
3.1. Livro, jornal, revista – o que edissão
3.2. Coerência interna – a regra do jogo
3.3. Ciência, arte, lotaria – racionalidade e irracionalidade
4. O jogo dos papéis
4.1. O editing – prós e contras
4.2. A edição crítica
4.3. Do filho de Eça de Queirós a Gordon Lish
5. O caso da ameaça eletrônica
5.1. Do Bubble Gum ao Bubble Blog
5.2. Novos suportes, velhos importes
5.3. Um romance é igual à Enciclopédia Britânica?
6. Da edição amadora à edição profissional
6.1. Autor morto, autor posto
6.2. O contrato do desenhador
6.3. Onde pára o livro?
7. Estudos de caso
7.1. Companhia das Letras: sete pecados capitais
7.2. O editor de actas
7.3. [A preencher quando soubermos o quê]

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Teoria da Edição 09-10

Este é o painel da disciplina de Teoria da Edição do Mestrado em Edição de Texto da FCSH-UNL. Nele serão afixados os sumários, boletins informativos, curiosidades, artigos de interesse, etc. Como em tudo na vida, há que ser preciso q.b.; como em tudo na vida, o etc. é que se arrisca a ser o interessante. Mas, obviamente, como tudo na vida, isso depende da participação que houver.