(26/9)
1. Apresentação.
Temos a sorte, ou o azar, de vivermos uma época duplamente excitante: a da revolução no mundo editorial português, a da temporada (Setembro-Outubro são o epicentro do mercado). Proposta de metodologia para uso pessoal do aluno: a) tentar ver com olhos profissionais – ao jeito da maiêutica socrática: nós já “sabemos”, só não sabemos que sabemos; b) descobrir a pólvora (fazer um esforço de leitura individual). Porque, como disse Rui Mário Gonçalves, “Um crítico de arte é alguém que viu 10 mil quadros” – isto é, alguém que vai a livrarias, lida com livros, leu livros tem meio caminho andado para saber pensar o mundo dos livros. Princípios, então: olhar para onde sempre olhámos (a livraria, o livro, a mancha gráfica, o papel, a distribuição, a estrutura editorial, a promoção, etc. – e, last but not least, os custos) mas agora do lado dos bastidores.
2. A nova ordem literária é económica
Os novos vencedores do mundo editorial. Os casos Paes do Amaral (líder do maior grupo editorial português) e Paulo Teixeira Pinto (eleito em lista única presidente da re-unida APEL). Curiosamente, são neófitos no meio, mas impuseram respeito a profissionais “saisonnés”. Ter sucesso é garantia de competência? A experiência ainda tem valor? Não ter experiência no campo editorial significa não ter experiência no mundo editorial? A era dos gestores e dos técnicos de comunicação: um admirável mundo novo?
Há um sistema – e é cultural e económico. Não é inteiramente aberto e comunica com outros, em diversos eixos (exemplo: o mundo do livro português comunica com o do disco e também com o do livro espanhol ou francês ou americano). Sobre isso falam Furtado (2009) e Bourdieu (1992).
3. Dois episódios
Anedota A: vou a uma embaixada para um jantar com dois escritores visitantes. Porquê? Não sei, mas há áreas nas quais se trabalha 24 horas por dia. A boa notícia: parte do trabalho não é assim tão difícil.
Anedota B: um escritor pôs fato e gravata para ir a uma recepção, mas depois exigiu passar no hotel para pôr a farda de trabalho: blusão de cabedal à “escritor radical”.
TPC: enunciar 20 livrarias.
Comprar as três revistas portuguesas da especialidade: Ler, JL, Os meus Livros.
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Há 14 anos
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