segunda-feira, 8 de março de 2010

Helena da Rocha Pereira recebe Prémio Vida Literária

A escritora Helena da Rocha Pereira foi distinguida com o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, foi hoje anunciado. O prémio, no valor de 25 mil euros, foi decidido por maioria pelo júri.


Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), José Manuel Mendes, tratou-se de “uma decisão independente, no sentido em que o ensaio não é do domínio do secundário e as pessoas que pensam e trabalham literatura devem ser consideradas por nós”.

O presidente da APE sublinhou o facto de a professora universitária ter “moldado sucessivas gerações de leitores além de ser uma referência viva da cultura a que pertencemos”. Acrescentou que a APE está convicta de se tratar de uma decisão contra-corrente mas que o critério foi o mérito. 

A exaustividade do trabalho de Maria Helena da Rocha Pereira também mereceu fortes elogios da vogal Teresa Martins Marques, que enalteceu ainda a carreira “de grande devoção” da premiada, considerando que só assim a “se chega a um conhecimento tão profundo” quanto o da ensaísta, num tempo em que somos marcados “pela literatura light” concluiu. 

Helena da Rocha Pereira, 85 anos, foi a primeira mulher catedrática da Universidade de Coimbra. Professora na Faculdade de Letras, naquela universidade, é considerada a maior autoridade portuguesa em Estudos Clássicos, sendo um dos nomes mais importantes na investigação em Estudos Literários-Línguas e Literaturas Clássicas, Cultura e Literatura Gregas.

Com mais de 300 obras publicadas, entre livros, enciclopédias, críticas e traduções do grego e do latim, Helena da Rocha Pereira tem um vasto currículo. A partir de 1964 foi professora catedrática titular da cadeira de Literatura Grega e seis anos depois assumiu a vice-reitoria. Em 1977, tornou-se presidente do Conselho Científico e directora do Seminário de Grego. Assumiu ainda a direcção do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1965 e 1966), da Biblioteca Central da mesma faculdade (1965 a 1970), do Instituto de Estudos Clássicos (desde 1991) e a presidência da Comissão Científica do Grupo de Estudos Clássicos (desde 1991).

Em 1973 passou a dirigir a revista “Biblos” e 20 anos depois a “Humanitas”.

in Público, 08 fev. 10

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