quinta-feira, 29 de abril de 2010

Feira do Livro testa concorrência entre Leya e Porto Editora

Mercado livreiro terá crescimento até 7%. Feira arranque hoje com um leque de novidades.

A Feira do Livro de Lisboa arranca hoje com 236 pavilhões, incluindo 16 diferenciados do grupo Leya e igual número de 'stands' da Porto Editora - os dois colossos do país. O aumento do número de expositores este ano leva Paulo Teixeira Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), a garantir que há um crescimento do mercado livreiro em Portugal na ordem dos 5% a 7%.

As principais novidades da presente edição que termina a 16 de Maio são o prolongamento horário até às 23h30, uma 'happyhour' com descontos de 50% na última hora da Feira de segunda a quinta-feira, e mais animação cultural destinada a preencher sobretudo os finais de dia.

"Acredito que as vendas este ano podem subir, porque a Feira vai ter mais horas e estará aberta entre as 12h30 e as 23h30. Ao contrário de anos anteriores em que fechava às 20h00", diz José Meneses, director de comunicação da Leya.

Por seu lado, Manuel Valente, director editorial da Porto Editora coloca o enfoque das boas expectativas para esta Feira do Livro no reforço de 'stands' e na melhoria da imagem: "A nossa expectativa é boa, porque temos uma presença reforçada este ano, com mais 'stands': passámos de 12 para 16. E fizemos um reforço com três palcos para animação cultural e sessões de autógrafos.

A Leya vai ter nesta Feira do Livro a visita de 150 autores, com especial relevo para alguns já neste fim-de-semana, como Alice Vieira, António Lobo Antunes, Daniel Sampaio, Gonçalo Tavares, Inês Pedrosa, Tiago Rebelo, Henrique Monteiro, Judite de Sousa, Júlio Isidro ou Margarida Rebelo Pinto. E reclama um crescimento das vendas de 20% no ano passado face a 2008. "Sendo que a Feira de 2009 teve menos dias e menos horas que a de 2008", sublinha José Meneses.

No espaço da Porto Editora, Manuel Valente congratula-se com o facto de ter já neste fimde-semana escritores estrangeiros de renome como Luis Sepúlveda, Ricardo Menéndez Salmón ou Paul Hoffman, "todos com livros com muito bons resultados". "Já somos um grupo maior do que o grupo Leya e temos uma facturação anual de 92 milhões de euros, que foi o resultado consolidado em 2009", acrescenta Valente para testemunhar a diferenciação face ao outro gigante da edição livreira em Portugal.

Novidades e imagem

"A nossa expectativa é boa, tendo em conta que já amadurecemos o formato, vamos ter pavilhões abertos e as pessoas já se habituaram à nossa Praça Leya, em que privilegiamos o contacto directo. Além disso, tendo em conta os anos anteriores, temos razões para estar optimistas. E esperamse boas condições climatéricas, portanto também uma boa participação e boas vendas", diz José Mendes.

O responsável do grupo Leya destaca ainda a apresentação, hoje pelas 18h00, do livro de Aura Miguel, "As Razões de Bento XVI", que será apresentado por Marcelo Rebelo de Sousa. E novidades como as sessões de autógrafos com Manuel Alegre e Pepetela a realizar amanhã. Mas também as "Noites de Poesia", às sextas-feiras, um "Karaoke de Leitura" , em que os visitantes poderão ler, enquadrados por um orientador literário, e actividades infantis de animação e oficinas de artes plásticas.

"Teremos dezenas de lançamentos de livros de autoajuda nas áreas de finanças pessoais, culinária, etiqueta, etc.", acrescenta José Mendes.

A Porto Editora fez um 'rebranding' da marca e alterações no logótipo, na sequência de um estudo. Mas garante, nas palavras de Manuel Valente, que "isso não significa uma aproximação à Leya". "Todos os estudos de opinião que fizemos nos davam como a editora mais profissional e mais séria e credível. Mas também como a mais conservadora e, por isso, quisemos modernizar o logo e adoptar o azul como cor base [a Leya usa o encarnado]. Por isso, promovemos este 'rebranding' juntamente com a campanha na televisão e outra iniciativas", acrescenta.

Valente destaca ainda dois outros aspectos: o de terem criado um corredor e uma praça própria da Porto Editora - "que dá uma individualidade muito forte" - e o da presença nesta Feira de edições de autores portugueses relevantes, como Francisco José Viegas, a falecida Rosa Lobato Faria ou João Pedro Marques.
Miguel Costa Nunes


in Diário económico

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