quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sumário 2

Por Maria João Machado (19/10/09)

1. Autores e Escritores, Editores e Editors – Apresentação de João Tibério

O João introduziu a sua apresentação com uma frase muito interessante de Valéry: A obra literária representa sobretudo o último instante da sua composição: aquele em que o autor a releu e aceitou em si mesmo e definitivamente, frase essa que iria dar o arranque necessário para a primeira questão abordada, que dizia respeito ao conceito de autor no sentido empírico. Dando o exemplo de uma conversa entre amigos, é-nos apresentado um conjunto de hipóteses para tentar responder a essa mesma pergunta acompanhada de uma tabela com o número total de entradas na internet de autores e editores em Portugal, Espanha, França e Inglaterra. O facto de em Portugal haver apenas 6 mil editores enquanto que nos outros três países há mais do dobro (Espanha:281 mil, França: 37 mil, Inglaterra:273 mil) é um dos factos a reter.

Um segundo ponto dizia respeito à evolução do conceito de autor em diferentes épocas, nomeadamente durante a Antiguidade Clássica, Idade Média, Romantismo e Modernidade. O destaque foi dado para o Romantismo, altura em que o autor é considerado selo de qualidade da sua obra. É nesta altura que o autor é reconhecido como génio e que se dá uma grande evolução na criação literária. No que diz respeito à Modernidade, falou-se de grandes autores da época como Kafka e Barthes e foram enunciadas citações de Foucault e Becket merecedoras de comentário.

A apresentação foi concluída com uma reflexão sobre o futuro do conceito de autor seguida de uma breve referência ao conceito de editor e editors, destacando a diferença entre edição executiva (posicionamento no mercado, linha editorial, marketing, etc.) e coordenação editorial (cria o livro, acompanha todo o processo do livro).
Após a apresentação foram feitos diversos comentários e até mesmo tentativas de definição do que realmente é (ou quem é) o autor e o editor.

2. O Livro na perspectiva de…

Depois de os alunos terem respondido por escrito ás perguntas “ O que é um livro na perspectiva do: autor / editor / livreiro, distribuidor, media, Estado, leitor, etc”, foram lidas e comentadas algumas respostas tentado depois, em conjunto, esquematizar essas mesmas respostas, ainda na tentativa de chegar a um conceito final de autor e editor. Utilizámos dois casos para exemplificar: Caim de José Saramago e o livro X de Richard Zimler.

José Saramago Caim
Autor 20
Editor 20
Distribuidor 15
Marketing 17
Designer 14
Média 16+
Estado 10
Hiper 18
Autor 20
Editor 14
Distribuidor 10
Designer 12
Livreiro 8

Uma coisa parece clara, para o autor o seu livro vale sempre o máximo. Ainda assim, e consoante as expectativas de venda (no caso de Saramago são muito elevadas por ser o nosso único Nobel até à época), o interesse do editor, distribuidor, designer, etc., pode variar muito. É esperado que um livro que se preveja ser um sucesso seja objecto de uma dedicação acentuada.
De notar também que os média, apesar de não terem muito interesse pela maior parte dos livros, no casa do Caim de Saramago o caso muda visto tratar-se de um livro bastante polémico.

Anedota A: Morte de Sá Carneiro. Mesmo não sendo amigo dele, a morte de Sá Carneiro vai causar algum impacto porque, independentemente da amizade, Sá Carneiro era alguém com quem partilhava ao mesmo firmamento, o mesmo núcleo. Há coisas que são importantes porque queremos e outras que são importantes sem sabermos.

Anedota B: Há coisas que implicam sacrifício económico. Um filho é um bom exemplo disso porque é algo que se quer mesmo quando se sabe que vai sair bastante caro.

Sem comentários:

Enviar um comentário